Livro x Série? O Verão Que Mudou Minha Vida
Todos os anos, no mês de junho, muitas cidades no Brasil param para celebrar o feriado de Corpus Christi. Tapetes coloridos são montados, missas são realizadas, ruas se enchem de procissões.
Mas...você já parou para pensar no que realmente está sendo celebrado?
Este texto não é uma crítica à fé de ninguém. É, na verdade, um convite. Um convite à reflexão consciente, embasada na história e guiada pelo respeito — tanto ao passado quanto à liberdade de pensar por si mesma(o).
Corpus Christi é uma festa religiosa católica que surgiu no século XIII. Foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264 para celebrar a presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, ou seja, no pão e no vinho consagrados durante a missa. A ideia era destacar esse mistério da fé, que já era valorizado, mas ainda não possuía uma celebração oficial.
Com o tempo, a tradição se espalhou, e a data passou a ser marcada por procissões e adoração pública da hóstia consagrada — geralmente exposta em um objeto dourado chamado ostensório. No Brasil, o feriado é comemorado de forma marcante em muitas cidades, especialmente com a confecção dos famosos tapetes de serragem.
Séculos depois, algo curioso aconteceu: o mesmo império que executou Jesus passou a adotá-lo como símbolo central de sua religião oficial.
Com o imperador Constantino, no século IV, o cristianismo deixou de ser perseguido e passou a ser utilizado como ferramenta de unificação política e espiritual. Jesus — antes condenado como perigoso — foi transformado em mártir sagrado do Império.
Essa mudança não foi fruto de arrependimento, mas sim de estratégia. O que era resistência virou doutrina. O símbolo da cruz, antes sinal de morte, virou bandeira de poder.
E se, ao invés de apenas relembrar um fato doloroso, usássemos esse dia para refletir sobre o que ainda estamos crucificando em nome da tradição? Quantas vezes nos silenciamos, nos escondemos, ou julgamos os outros por caminhos diferentes?
Hoje, o convite é esse:
Que tal transformar esse feriado em um momento de pausa, para repensar com liberdade, respeito e profundidade?
Jesus, seja você cristão ou não, continua sendo uma figura de inspiração para quem acredita que o amor pode transformar. Mas essa transformação começa aqui dentro, quando escolhemos refletir — e não apenas repetir.
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